Da expulsão ao retorno

As expulsões e supressão da Companhia de Jesus estão ligadas aos processos de centralização do poder real nas monarquias europeias no século XVIII. Depois de ser expulsa de Portugal e suas colônias em 1759, seguiu-se a França em 1763 e o mesmo sucedeu em Espanha e seus territórios e no reino de Nápoles em 1767, seguido em 1768 do reino de Palermo. O mesmo movimento obteve do papa Clemente XIV a supressão universal da ordem religiosa em 21 de julho de 1773. Em menos de 20 anos esta ordem religiosa sofreu fortes oposições. Porque esta companhia fundada por Inácio de Loyola em meados do século XVI encontrou tantos opositores? De que era acusada? E porque foi restabelecida no início do século XIX?

Desde os primeiros anos de criação os jesuítas adquiriram relevantes posições nas cortes régias fornecendo numerosos confessores enquanto em seus colégios eram responsáveis pela formação de parte das elites burguesas e nobres.

Entre o clero ganharam opositores por sua submissão ao papa, nomeadamente os galicanos e jansenistas, mas foi um conjunto de antagonismos que estiveram na origem da sua queda no contexto em que as grandes monarquias católicas europeias viam os jesuítas como uma força não controlada pelo estado.
No Império Russo alguns dos jesuítas sobreviventes viveram sob a proteção dos imperadores até o restabelecimento da ordem religiosa em 1814 pelo Papa Pio VII. A restauração da Companhia de Jesus acompanhou o período de mudanças políticas propiciadas pelos movimentos pós revolucionários em que as monarquias se ajustavam às mudanças políticas, ou seja, a supressão em 1773 ocorrera num universo político e cultural distinto.
Ao Brasil os membros da Companhia de Jesus regressaram ainda durante o século XIX e à cidade de Anchieta-ES, outrora sede da missão de Nª Sª da Assunção de Reritiba, em1º de janeiro de 1928.