
Século XIX

Com a saída dos jesuítas e o fim da missão de Nossa Senhora da Assunção, a aldeia de Reritiba foi elevada a sede de município com o nome de Vila Nova de Benavente, com grafia posteriormente alterada para Benevente. Mas foi durante o século XIX que grandes alterações aconteceram nos edifícios e se deu sua descaracterização.
Todo o conjunto arquitetônico passou à posse da fazenda real. A igreja foi entregue a administração da diocese do Rio de Janeiro e todos os edifícios da residência dos jesuítas foram secularizados por efeito da Lei de proscrição, desnaturalização e expulsão, assinada a 03/09/1759. A Câmara Municipal foi instalada na ala frontal da residência, a cadeia pública e a Casa dos Guardas, inicialmente no piso inferior da Câmara foi transferida na 2ª metade desse século para duas salas no térreo da ala Sul da residência.

Nos quartos do piso superior das alas Oeste e Sul ficavam os aposentos do Vigário da paróquia de Nossa Senhora da Assunção e do Juiz quando este se encontrava em serviço no município e a maior sala do monumento foi destinada às reuniões de Sessão: a sala do antigo Consistório ou sala das assembleias dos religiosos, no segundo piso da Sacristia. Outros órgãos públicos funcionaram nos cômodos da antiga habitação, como alojamento de pequenos grupos militares em serviço na vila. A cada incorporação, e sem obras de manutenção, os telhados, portas, janelas e assoalhos sofreram muitos danos.

Outra grande mudança se deu quando os vereadores, com aprovação do governo da província, instalaram o cemitério municipal na área do pátio da casa. Com o aumento populacional e sem o dinheiro necessário para adquirir terreno para novo cemitério foi determinado o derrube da casa nas alas Oeste e Sul ficando apenas o quarto de São José de Anchieta que recebeu obras de restauro no telhado antes do final do século.
Não obstante estas intervenções e a negligência por falta de verbas para sua manutenção, o conjunto religioso manteve sua dignidade e exemplifica o tipo de construção robusta introduzida no Brasil no século XVI.
